07 novembro 2015

Nomes diferentes

Na internet, há muitos sites de crítica e resenha de filmes. Há também muitos blogs ­­­– pequenos, como Não Salvo e etc., que não chegam à altura do meu ­– que apenas postam vídeos engraçados que circulam por aí. O que quero fazer aqui é algo diferente. Quero resenhar alguns desses vídeos. Quero dar a importância que eles merecem e mostrar o porquê desses vídeos serem geniais e revolucionários.


Vou começar pelo vídeo que eu acho ser um dos melhores que eu já vi na minha vida. Vejam primeiro. Se já viram, vejam de novo porque vale a pena.


Agora vamos ver juntos.

Até 0:05
Vejam como o sujeito está confiante, o estilo ao passar os dedos no bigode, como olha vagamente para cima, essas são reações de quem sabe e tem certeza do que vai dizer... só que não.

0:05
Pausa. Esse é o segundo momento mais importante para tornar o vídeo genial. Vamos imaginar o seguinte: Xerox, por telefone (que frase bizarra), deve ter aceitado participar da matéria, pensando que seria apenas para falar dos nomes diferentes de sua família. Mas eis que surge a pergunta: “De onde surgiu o SEU nome?”. E é aqui que nasce o gênio. Desprevenido, nesse milésimo de segundo que olha para o microfone, ele precisa inventar uma história. Não poderia simplesmente dizer que, para fazer uma merda dessas, o pai provavelmente perdeu uma aposta ou era um drogado. Talvez fosse um universitário traumatizado. A jornalista ficaria decepcionada. Então vem a resposta.

De 0:05 até 0:21
“Surgiu dhííí... naqueles tempo existia ééé...” Gênio. Isso é uma história sendo inventada ao vivo. É por isso que agora a minha lista de maiores criativos do mundo é Leonardo da Vinci, Steve Jobs e Xerox Miguel.

E você, imaginando que o pai de Xerox escolheu esse nome para evitar que matassem seu filho por engano, é surpreendido novamente. O nome diferente é para que seu filho pague pelo seu erros. Isso que é senso de justiça, merecia um Nobel. Isso também que é otimismo em relação ao futuro do filho. “Quem vai morrer é ele. Ele é quem sabe”.

O pai de Xerox, outro gênio, ironicamente usou para diferenciar o nome do filho aquilo que mais facilita a cópia.

0:21
Pausa. Reparem na cara da esposa de Xerox, não gostando nada daquela matéria que revelará para suas amigas de trabalho que seu marido não se chama Marcelo.


De 0:21 até 0:31
Com medo de ter que pagar direitos autorais, o pai de Xerox não cometeu o mesmo erro com as outras duas filhas.

De 0:31 até 0:40
Aqui temos outro exemplo que valida o terceiro lugar de mais criativo do mundo para Xerox Miguel. Seguindo o exemplo de seu pai, ele dá aos filhos (os quatro primeiros) não apenas um nome, mas um incentivo para vida. Geralmente, o nosso nome é uma das primeiras palavras que aprendemos a escrever. Esses garotos serão gênios da literatura antes conseguirem escrever o próprio nome. Provavelmente algo do nível de Memórias Póstumas ou Dom Quixote sairá dali. Brucesfilde – em tradução literal – com certeza será maior do que Shakespeare.

Carlos Eduardo é um consolo para todos os publicitários. Seu nome mostra que não se pode ser criativo o tempo todo. Vou colocar uma foto dele na minha mesa de trabalho, quando estiver frustrado.

0:40
Carimbo. AHHHAHHAHAHAHHAHHAHAHAHAHHAAHAHHAHAHAHAHAHA.

De 0:40 até 0:50
Algo que eu acho bizarro em reportagens jornalísticas para TV são as imagens no momento da locução em off. Família reunida na mesa ou assistindo à televisão, o personagem da matéria trabalhando, tudo é sempre muito fake. Mas não nesse vídeo. E esse é o momento principal que o torna genial. Não se precisa de mais nada, além de Carimbo encarando a câmera por longuíssimos seis segundos.

1:00
O destaque da parte final fica com a exemplar articulação labial de Carimbo, mostrando para nós que, mesmo com um nome diferente, ele é capaz de formular frases inteiras sem tirar o sorriso do rosto.

Observações finais:
- Esse vídeo deve ser passado em palestras de criatividade.
- Pai é quem cria. Por isso Xerox tem seis filhos.
- A alguns anos atrás, eu analisei outro vídeo: Maioridade Penal

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