25 outubro 2013

Instituto Royal e animais

Estão sabendo do caso do Instituto Royal? Se não estão, tá aí a notícia: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2013/10/ativistas-invadem-e-levam-caes-de-laboratorio-suspeito-de-maus-tratos.html

Vou tentar resumir o que aconteceu: algumas pessoas suspeitaram que animais estavam sendo "maltratados" por um instituto que faz pesquisas farmacêuticas em animais. Essas pessoas são bem inteligentes, não? E eu aqui pensando que institutos de pesquisa são lugares que a gente leva o cachorro pra passear, para ele se se divertir. Daqui a pouco elas vão suspeitar que tem pessoas doentes em hospitais... Agora estou imaginando os ativistas invadindo um hospital e puxando aquelas camas de rodinhas com os pacientes para fora "rápido, rápido, antes que alguém veja", pensando que estão ajudando.

Os ativistas querem acabar com os testes farmacêuticos em animais, na verdade, em todos os seres vivos. É verdade. Isso é errado. Vamos, então, testar em pedras. Assim todo mundo fica feliz... os pesquisadores fazem os testes, a pedra não reclama... E assim fica tudo certo. O sonho dos ativistas é não ter mais no mundo um medicamento testado em animais. Aí eu fico imaginando um ativista dando uma entrevista depois que ele atingiu seu objetivo. Ele careca, com metade dos dentes e sem um olho dizendo, com um sorriso no rosto, que agora só usa produtos que não foram testados em animais.

Eu estava falando desse assunto com um amigo. Eu disse que não sabia se essa invasão foi uma boa ideia, porque eu concordo, se não tiver outro modo, com o teste de medicamentos em animais. Aí ele me disse "mas eles testam cosméticos também". Eles testam cosméticos porque podem dar reações, alergias, etc., assim como os medicamentos. Por qual outro motivo eles testariam cosméticos em animais? Para ver se o batom fica bonito na boca do cachorro? Se combina com o tom de pele/pelo? “Ai, esse vermelho-cereja combina mais com um dálmata”.

Os ativistas usam o argumento: "ah! São animais indefesos". Mas isso não é bom? Então o problema não é testar em animais, é testar em animais indefesos? Se fosse em leões, tudo bem então? Só pode usar animais que podem te matar, é isso? Nessa lógica, quanto melhor um pesquisador, mais ele sofre pra trabalhar. Se você ver um pesquisador/cientista sem uma das pernas você deve pensar “aquele sim é um bom profissional. Só trabalha com animais que podem se defender”.

A Luisa Mell, só porque é apresentadora de programa sobre animais, se sentiu no direito de invadir o instituto para salvar os cachorros. A Palmirinha, que tem um programa de culinária, nunca invadiu uma horta pra salvar um alface, um pimentão... Essa sim é um exemplo.

Observações finais:
- Na quarta-feira, o Danilo Gentili fez, no programa dele, um comentário muito parecido com o do batom. E como eu já tinha pensado nele antes, resolvi não tirar do meu texto, até porque eu não sou bom o bastante para descartar pedaços dele assim. Isso foi só pra dizer que não copiei, tá bom?
- Todos os animais são iguais, mas os beagles são mais que os outros.

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