31 março 2014

31 de Março

Pelo que estou observando – e pelo que me foi ensinado também –, me parece que os militares estavam tendo uma dia extremamente chato, provavelmente estava passando Lagoa Azul na Sessão da Tarde pela trigésima vez, e alguém, no quartel, soltou a frase “e se a gente desse um golpe de Estado”. Os outros desligaram a televisão e foram.

Já que ninguém gosta de ditadura e quer que não se repita, eu vou lançar minha campanha aqui:

Dilma, invista em mais damas, sudokus e palavras-cruzadas!

Desse modo, você pode até transformar o Brasil numa Venezuela que os militares não vão fazer nada.


30 março 2014

Aborto

Vamos falar de coisa boa? Hoje o tema é aborto.

Esse é um tema muito complexo, não dá para encerrá-lo assim tão fácil como se fosse apenas uma vida em formação na barriga de uma mulher, não é mesmo? É por isso que vou tentar me limitar a somente comentar alguns argumentos contra ou a favor.

Vamos começar pelos melhores: "Você só defende o aborto porque já nasceu". Tá aí um argumento completamente irrefutável. Eu nunca vi alguém que não tivesse nascido defender o aborto. E se um dia eu ver, eu vou ficar com medo pra caralho. Se existisse, seria tipo um anjo Gabriel ao contrário. Viria um anjo do inferno e diria: “Não tenhas medo, mulher, porque estais na graça da Dilma. Abortarás um filho a quem porás o nome de... o nome de... ah! Esquece.”

Tem outro argumento assim: “Se o aborto fosse liberado, o número do DST’s aumentaria”. Esse argumento sozinho não tem o menor sentido. Ignorando completamente se o aborto é um assassinato ou não, essa pessoa está mais preocupado com a saúde dos outros. Se você falar para ela “eu matei uma pessoa”, ela vai falar “relaxa, isso acontece”. Mas se você falar “tem uma verruga no meu pau”, ela vai falar “cara, você é maluco! Como pôde fazer uma coisa dessas, cara?! Não. Não, cara. Não”.

Eu sei que o ponto desse argumento é o aumento do preço da saúde pública. E é um motivo bem justo. Mas quem fala esse tipo de coisa parece aquele cara chato do condomínio que fica vigiando e reclamando se tem alguém gastando demais a energia do prédio. Esse cara deve sair na rua perguntando: “Bom dia. Hoje você já deu aquela lavada na rola? Eu não pago o governo para gastar dinheiro com DST, hein.”.

Agora, qual é o argumento central das pessoas que defendem o aborto? Me parece que é a liberdade da mulher sobre seu corpo, não é isso?

Interessante, mas, se você defende a liberdade sobre seu corpo sem se importar se o aborto é um assassinato ou não, você é um completo idiota. É só isso: você é um idiota. Não se defende a liberdade do corpo sem primeiro defender a vida. Seria o mesmo que o McDonald’s dizer que o lanche número 20 será de graça até o final do ano e não fazer o lanche até o final do ano. Não tem lógica nenhuma. Isso só tem lógica se você defende o assassinato. Aí eu indico para você uma pequena lista de ideologias genocidas – em ordem de mais para menos: comunismo, nazismo e fascismo.

Você, defensor do aborto que não se importa se é uma vida, pode dizer assim: “Mas está no corpo da mulher. Ela deve ter o direito de escolher”. Eu te digo: meu irmão está dentro da minha casa, eu tenho o direito de matá-lo? Eu nunca fiz isso, apesar da vontade. Você pode dizer: “Mas faz parte de corpo da mulher”. Aí eu te digo: E irmãs siameses? Para você, uma pode matar a outra? E, como você é justo, aposto que, quando elas nascerem, você vai dar uma arma para cada uma, contar a três e gritar “já!”. Só não vá falar para cada uma dar três passos para cada lado, porque isso vai ser politicamente incorreto. Você vai passar vergonha.

Algumas pessoas vão dizer que o feto... embrião... qualquer coisa que seja aquela porra não é uma vida e que, se fosse, masturbação seria holocausto. A piada é boa, mas o argumento não. Um espermatozoide sozinho não gera uma vida. Nenhum homem vai chegar numa clínica e falar: “Hoje eu vim abortar o saco”. Do mesmo modo, um óvulo não gera vida. Nenhuma mulher fala: “Hoje eu vim fazer um aborto preventivo. E pode marcar um pro mês que vem”. A mulher aborta para interromper a formação de uma vida, se o que está nela já não for um ser vivo.

“Só é vivo quando eu o vejo”. Stevie Wonder pode matar, então? “Só é vivo quando eu o vejo e posso pegá-lo”. Stevie Wonder sem braço pode matar, então?



Existe uma ONG chamada “Católicas pelo direito de escolher”, que defende o direito de escolher abortar ou não. O próximo passo é o quê? Lutar pelo direito de aceitar Maomé como messias e de ter mais de cinco maridos.

Quero deixar um desafio para vocês: Há alguma lógica em ser a favor do aborto e, ao mesmo tempo, defender a preservação do planeta? Respondam nos comentários. A única forma que eu consegui de responder essa pergunta, sem ser contraditório, é dizendo que as outras formas de vida são, necessariamente, mais importantes do que a vida humana, mas eu não acredito nisso.

Observações finais:
- Saiba mais sobre o aborto com minha amigas da Marcha das vadias.
- A questão fundamental sobre o aborto é saber quando começa a vida.  E não há definição científica para isso.
- Com 50% de chances de estar cometendo um assassinato, você vai optar pelo sim?
- Na verdade, eu não estou me importando muito com isso, afinal, eu já nasci mesmo.

Queria ver se você não tivesse nascido como você ia comentar.