31 dezembro 2015

Star Wars

Antes de começar, quero fazer uma sugestão: leiam esse texto ouvindo essa música a partir de 18:07. Por algum motivo, me lembra Star Wars. É só clicar: youtu.be/-HujjNQPv2U?t=18m7s

Vou fazer aqui uma crítica do novo filme da franquia Star Wars, O Despertar da Força. Mas, como devem saber, eu sou muito sincero e por isso mesmo não deixarei de avaliar seriamente nem um ponto sequer. Usarei todo o rigor que uma boa crítica requer, sem me importar se meu blog perderá uma possível futura parceria com a Disney para divulgar os próximos filmes.

Stormtrooper traidor:

Se esse novo filme tem uma mensagem a passar é “a importância de ser ter um bom RH”. Depois de seis filmes e não sei quantos anos de história essa é a primeira vez que um Stormtrooper se rebela e prejudica essa empresa agora chamada de Primeira Ordem. Tudo por causa de UM funcionário.

Como isso pôde acontecer?! Eles têm recursos para construir a merda de um planeta que atira, mas não têm para contratar um psicólogo decente?


Eu sei que eles parecem inúteis, com aquelas perguntas idiotas do tipo “qual é o seu pior defeito?”, como se alguém fosse responder a verdade, mas são importantes e esse filme mostra exatamente isso.

Provavelmente na entrevista de emprego para a Primeira Ordem, o Finn respondeu que seria uma águia, um gavião ou qualquer bicho desses, e não tinha nem um bom psicólogo para ver que isso ia dar merda. Tsc tsc.

Fica a dica aí para o próximo filme.

Padaria miserável:

É incrível como em todo lugar existe uma padaria de avarentos. A padaria perto da escola onde eu estudava mudava os preços a toda hora — era antes da Dilma, logo sem motivo — e não vendia se faltava cinco centavos. Acho que abriram um filial em Jakku.

E o que isso tem a ver com a análise do filme? Absolutamente nada, mas o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser.

R2-D2 e o mapa:

Nesse tópico temos mais um erro por causa de profissão. Um robô tem o mapa que revela a localização da pessoa mais importante da galáxia, e não existe a porra de um técnico em informática para ligar essa merda!!! Passa a borracha na memória, assopra os cartuchos, sei lá. Como, num universo que naves viajam na velocidade da luz, ninguém consegue ligar um robô? Ele deve ter instalado o Baidu sem querer, não há outra explicação.

Se Star Wars se passa num tempo futuro, você deve começar a repensar esse seu curso de informática no Senai, não é, amiguinho? Que tal a aeronáutica, hein? Ou talvez abrir um pet-shop? Aqui você faria sucesso:


Kylo Ren:

Esse é o ponto alto do filme. O personagem representa muito bem o mundo atual. Um jovem espinhento, rebelde, frustrado, que odeia os pais e quer mudar o mundo. É o novo vilão de Star Wars ou um militante do PSOL? No próximo filme Kylo Ren vai usar coque samurai e chinelo Tyo-Tyo.

Kylo Ren e Darth Vader:

Isso eu não entendi. Por que Kylo Ren quer continuar o que Darth Vader começou? O que isso significa? Darth Vader não começou o Império e não era nem o segundo na ordem de comando; no final ele ainda mata o Imperador, num ato de arrependimento. Como Kylo Ren não sabia disso? Como essa história não foi contada? Será que os rebeldes, depois de destruírem a Estrela da Morte, foram para casa jantar depois de mais um dia normal de trabalho? E outro ponto: depois o que episódio 7 foi anunciado, todo mundo viu a trilogia original. Por que Kylo Ren não fez o mesmo? Não pagaria um mico desses.

Kylo Ren x Rey:

As primeiras cenas de Kylo Ren mostram que ele é bem mais forte do que Darth Vader era. Como diabos ele perde uma luta para a jovem Rey, que nunca treinou antes? Tá certo que fica quase evidente que ela é filha do Luke. Mas isso é o suficiente? Isso só faria sentido se minha teoria estiver certa sobre quem é a mãe dela.


Na imagem acima, Luke e Leia no fim de O Império Contra-Ataca, em 1980.

Leia só descobre que é irmã de Luke em O Retorno de Jedi, 1983, ou seja, um intervalo de três anos, no qual dá para se fazer muitas coisas.


Essa é a cara que ela faz quando percebe que deveria ter tomado a pílula.

Observações finais:
- Kylo Ren vai descobrir isso e, por ter apanhado da Rey, vai juntar os amigos para lutar pela legalização do aborto. Ah, meu Deus!, vou escrever uma fanfic.
- Sobre a atriz Daisy Ridley, a Rey. O que chama a atenção é que ela tem uma expressão facial muito forte, e isso é a linha que separa os bons dos maus atores. Ela e Zacarias estão a um passo de distância. Qual lado da linha cada um está eu não sei.
- Se você gostou desse texto, você provavelmente vai gostar de: ser uma pessoa normal algum dia. Mas antes disso leia esse outro texto: manifestodomachado.com/cortarocabelo

07 novembro 2015

Nomes diferentes

Na internet, há muitos sites de crítica e resenha de filmes. Há também muitos blogs ­­­– pequenos, como Não Salvo e etc., que não chegam à altura do meu ­– que apenas postam vídeos engraçados que circulam por aí. O que quero fazer aqui é algo diferente. Quero resenhar alguns desses vídeos. Quero dar a importância que eles merecem e mostrar o porquê desses vídeos serem geniais e revolucionários.


Vou começar pelo vídeo que eu acho ser um dos melhores que eu já vi na minha vida. Vejam primeiro. Se já viram, vejam de novo porque vale a pena.


Agora vamos ver juntos.

Até 0:05
Vejam como o sujeito está confiante, o estilo ao passar os dedos no bigode, como olha vagamente para cima, essas são reações de quem sabe e tem certeza do que vai dizer... só que não.

0:05
Pausa. Esse é o segundo momento mais importante para tornar o vídeo genial. Vamos imaginar o seguinte: Xerox, por telefone (que frase bizarra), deve ter aceitado participar da matéria, pensando que seria apenas para falar dos nomes diferentes de sua família. Mas eis que surge a pergunta: “De onde surgiu o SEU nome?”. E é aqui que nasce o gênio. Desprevenido, nesse milésimo de segundo que olha para o microfone, ele precisa inventar uma história. Não poderia simplesmente dizer que, para fazer uma merda dessas, o pai provavelmente perdeu uma aposta ou era um drogado. Talvez fosse um universitário traumatizado. A jornalista ficaria decepcionada. Então vem a resposta.

De 0:05 até 0:21
“Surgiu dhííí... naqueles tempo existia ééé...” Gênio. Isso é uma história sendo inventada ao vivo. É por isso que agora a minha lista de maiores criativos do mundo é Leonardo da Vinci, Steve Jobs e Xerox Miguel.

E você, imaginando que o pai de Xerox escolheu esse nome para evitar que matassem seu filho por engano, é surpreendido novamente. O nome diferente é para que seu filho pague pelo seu erros. Isso que é senso de justiça, merecia um Nobel. Isso também que é otimismo em relação ao futuro do filho. “Quem vai morrer é ele. Ele é quem sabe”.

O pai de Xerox, outro gênio, ironicamente usou para diferenciar o nome do filho aquilo que mais facilita a cópia.

0:21
Pausa. Reparem na cara da esposa de Xerox, não gostando nada daquela matéria que revelará para suas amigas de trabalho que seu marido não se chama Marcelo.


De 0:21 até 0:31
Com medo de ter que pagar direitos autorais, o pai de Xerox não cometeu o mesmo erro com as outras duas filhas.

De 0:31 até 0:40
Aqui temos outro exemplo que valida o terceiro lugar de mais criativo do mundo para Xerox Miguel. Seguindo o exemplo de seu pai, ele dá aos filhos (os quatro primeiros) não apenas um nome, mas um incentivo para vida. Geralmente, o nosso nome é uma das primeiras palavras que aprendemos a escrever. Esses garotos serão gênios da literatura antes conseguirem escrever o próprio nome. Provavelmente algo do nível de Memórias Póstumas ou Dom Quixote sairá dali. Brucesfilde – em tradução literal – com certeza será maior do que Shakespeare.

Carlos Eduardo é um consolo para todos os publicitários. Seu nome mostra que não se pode ser criativo o tempo todo. Vou colocar uma foto dele na minha mesa de trabalho, quando estiver frustrado.

0:40
Carimbo. AHHHAHHAHAHAHHAHHAHAHAHAHHAAHAHHAHAHAHAHAHA.

De 0:40 até 0:50
Algo que eu acho bizarro em reportagens jornalísticas para TV são as imagens no momento da locução em off. Família reunida na mesa ou assistindo à televisão, o personagem da matéria trabalhando, tudo é sempre muito fake. Mas não nesse vídeo. E esse é o momento principal que o torna genial. Não se precisa de mais nada, além de Carimbo encarando a câmera por longuíssimos seis segundos.

1:00
O destaque da parte final fica com a exemplar articulação labial de Carimbo, mostrando para nós que, mesmo com um nome diferente, ele é capaz de formular frases inteiras sem tirar o sorriso do rosto.

Observações finais:
- Esse vídeo deve ser passado em palestras de criatividade.
- Pai é quem cria. Por isso Xerox tem seis filhos.
- A alguns anos atrás, eu analisei outro vídeo: Maioridade Penal

31 julho 2015

Nunca foi publicado

Continuarei falando de algo que não foi e nem será publicado. Não, não vou falar do último episódio de Caverna do Dragão ou da Playboy da Preta Gil. Vou falar dos meus rascunhos de roteiros para o programa Bandejão, da Rádio Universitária.


Leia a primeira parte aqui: Nunca foi ao ar
Os roteiros foram escrito na época da Copa do Mundo de 2014.

Torcedor chato

Apresentador: É com você (algum nome de jornalista).
Jornalista (Falando baixo): Eu poderia tá dormindo agora, puta que pariu. (Em voz normal): Opa! Estamos aqui no estádio para o jogo Irã e Nigéria e vamos entrevistar um torcedor brasileiro que veio assistir a essa partida. Torcedor, a pergunta que eu te faço é... por quê?
Torcedor: Por que o quê?
- Por que você comprou um ingresso para assistir IRÃ e NIGÉRIA? Você, por acaso, é descendente de iraniano ou nigeriano?
- Não, mas eu acho que vai ser um bom jogo.
- Não... não.
- Sim. São duas seleções que não têm grandes nomes, mas que jogam no coletivo. A equipe é mais importante. Não tem esse individualismo ocidental das grandes equipes.
- Ah, pode falar que você não conseguiu ingresso para um jogo melhor.
- Não. Eu quis vir a esse jogo porque Irã e Nigéria não são seleções badaladas, montadas no dinheiro. Espanha ou Portugal nunca farão um jogo como esse que vai acontecer agora.
- Sei... Sério que você não tinha nada melhor para fazer? Você não tem nenhuma forca sobrando em casa, não? Sei lá... Brincar de roleta russa?... Nada?
- Você não sabe é de nada. Você precisa de alguém pra te ensinar o que é bom. Pode deixar que eu te ensino.
- Não, cara. Você é chato. Aposto que você curte suas postagens no facebook. Olha aí, cara, você tá tomando sorvete de abacaxi. Você é muito chato.
- Para com isso. Saindo do jogo, eu vou no show do Los Hermanos. Você quer ir comigo?
- Ah! Meu Deus!!!

Aquele evento esportivo (Sobre a proibição de usar o nome “Copa do Mundo”, posse da FIFA).

- Oi, tudo bem?
- Tudo, e com você?
- E aí, tá acompanhando?
- Acompanhando o quê?
- Isso aí que tá acontecendo.
- O quê, cara?
(A partir de agora o personagem 1 sussurra, com medo de alguém ouvir)
- Essa parada que acontece de 4 em 4 anos.
- Eleições? Tô acompanhando sim... vou votar no Enéias.
- Não. Essa disputa entre países do mundo todo, você tá assistindo?
- (Espantado): O quê??? Começou mais uma guerra mundial?! Caraio, logo agora que eu comprei uma casa nova.
- Não, velho. Tô falando dessas paradas que faz gol e tal.
- Faz gol?? Tá falando da Volkswagen?
- Que Volkswagen, cara? Você tá maluco?
- É o quê, então?
- Aquela parada que quando a bola entra todo mundo fica feliz.
- Pornô? Tô assistindo sim. Já viu aquele com dois anões e uma modelo? Um anão dá pezinho pro outro... é muito bom.
- Não, cara. Tô falando daquilo que tem um monte de homem uniformizado...
- Ah, pornô gay eu não vejo não.
- Que pornô, cara. Viaja não. Porra, você é burro, hein. Tô falando da Copa do Mundo.
- Ih, acho que não pode falar isso aí não.
(Sirene de polícia)
- (Se afastando, com som de passos em corrida): Você é muito burro, cara. Muito burro.

Márcio Canuto

- Pode falar Márcio.
- (Imitando Márcio Canuto, gritando): FALA, GALERA. ESTAMOS AQUI MAIS UMA VEZ COM O POVO BRASILEIRO. ESSE POVO FELIZ, ALEGRE, FESTEIRO, QUE GOSTA DE UMA BAGUNÇA. ESSE É O POVO BRASILEIRO. POVO TRABALHADOR, POVO QUE TEM GARRA, POVO QUE TOMA CAFÉ EM COPO DESCARTÁVEL. ESSE É O BRASIL, UM PAÍS DE TODOS, DE BRANCO, DE PRETO, DE ÍNDIO QUE FAZ OH OH OH. UM PAÍS MARAVILHOSO, DE BELAS PRAIAS, MULHERES BONITAS...
- Márcio! Márcio! MÁRCIO! Está bom por hoje. Olha, infelizmente não descobri o problema. Eu troquei seu aparelho de teleaudio, coloquei um novinho. Infelizmente ainda não descobri. Passa lá na secretária pra marcar a próxima consulta, tá bom?
- O QUÊ???
- Passa lá na secretária pra marcar a próxima consulta.
- TÁ CERTO, ENTÃO. OBRIGADO, DOUTORA. TCHAU!

31 maio 2015

Maior evento da minha vida

Hoje fui ao maior evento que já vi em minha vida.


Nunca imaginei que um evento pudesse ser tão diversificado em um espaço tão pequeno. Logo no início fui recebido por um malabarista de roupas pretas. Os pinos, que ele jogava de uma mão para a outra, rodopiavam bem em frente aos meu olhos. Estava lotado. Como estava com pressa — e acho que as outras pessoas também —, continuei andando. Logo em seguida, acontecia uma exposição de artesanato. Creio que, para dar um ar de organização e planejamento, os expositores usavam todos o mesmo tipo de cabelo. Como artistas que eram, pareciam ter recolhido as sobras do chão de alguma barbearia, enrolado os fios em tubos esfregando com as duas mãos e os colado na cabeça. Pedras, penas e cordas compunham as artes. Não reparei muito, é verdade. Um número de ilusionismo chamou minha atenção. Um homem de rosto pintado, de chapéu e com os pés no chão estava sentado, apoiado completamente no ar. Algumas pessoas estavam admiradas ao seu redor. Malabares, arte e mágica, tudo isso num mesmo lugar. Continuei andando. Quando pensei que havia acabado, fui abordado por uma moça que surgiu de repente em minha frente. Ela me oferecia um frasco de perfume, talvez como recordação ou um brinde pago, é claro. Neguei com um agradecimento e, impressionado, fui embora daquele magnífico evento.


Dois passos depois, estava eu na passarela do Shopping Vitória, seguindo rumo ao meu objetivo desde que desci do ônibus.

30 abril 2015

Kleber Lucas ou Iron Maiden


Há muitos anos atrás eu tinha uma valiosa coleção de CD’s. Estou falando da discografia completa de Kleber Lucas – na época, eram cinco álbuns. Eu era muito fã e gostava de todas as músicas. Mas eis que, percebendo o grande valor da minha coleção, um cidadão que chamaremos aqui de vítima da sociedade resolveu levá-la embora juntamente com o carro da minha família, cujo porta-luvas servia de cofre aos meus CD’s. Tentei persuadi-lo para que deixasse pelo menos o carro, que minha mãe usava para ir trabalhar. Não consegui. E foi assim que nunca mais tive um CD de Kleber Lucas.


Por que contei essa história? Porque meu aniversário está chegando, e talvez alguém queira fazer uma boa ação. Se não achar do Kleber Lucas, aceito qualquer um do Iron Maiden.

31 março 2015

Nunca foi ao ar

Com esse título o texto de hoje poderia ser sobre muitas coisas. Um pidgey obeso; um elevador com o martelo do Thor ou um avião com o Jô Soares. Mas não é sobre nada disso, e sim sobre os roteiros que eu escrevi, e alguns até gravei, para um programa de rádio, o Bandejão 104.7, na Rádio Universitária.


Como alguns problemas surgiram e pouco tempo depois tive que sair da rádio, meus roteiros nunca foram ao ar. É por isso que vou postá-los aqui, até porque estou com preguiça de pensar em outras coisas mais legais.

Para que entendam o contexto, os roteiros e os rascunhos foram escritos na metade do ano passado.

Zoando na rádio

1: — Olha aí, Cleyvison. Deixaram o estúdio da rádio vazio. Chega aí, vamos zoar.

2: — Vamo.

1: (Voz de radialista) — Começa agora o plantão de notícias. Nesta madrugada, uma nave alienígena invadiu a cidade de Vitória, no Espírito Santo. O objeto voador se aproximou da praia de Camburi, ameaçando disparar um perigoso raio laser que destruiria todo o bairro nobre. Isso deixou a população em pânico. Mas, felizmente, algo inesperado aconteceu. Surgiu do meio das águas um gigantesco lagarto conhecido como Godzila. O grandioso monstro destruiu a nave invasora com uma mordida e voltou para o oceano, salvando assim a cidade da catástrofe. Hoje, os moradores de Camburi estão sãos e salvos, mas também como muito medo de tomar banho no mar.

Com voz baixar longe do microfone: - (risos) Vai você agora mano.

2: — Política. O governo de Renato Casagrande é considerado o melhor governo de todos os tempos. A economia capixaba está indo muito bem, e Casagrande...

1: — Ah não, cara! Por que você sempre estraga tudo? Quem vai acreditar nisso, cara? Casagrande... melhor governo... Não, cara. Tudo tem limite, você não pode chegar falando uma coisa dessa. Você não sabe brincar. Sempre é assim. (voz se afastando) Não, cara. Não.

Rolezinho

Locutor(a): O Shopping Derrota tem o orgulho de anunciar que é o primeiro shopping a aceitar os 'rolezinhos'. Aqui não há espaço para discriminação social, [próxima frase no tom de um comentário isolado]: nós barramos ela na entrada. Para provar a nossa decisão, estamos com uma oferta especial para você, rolezeiro.

- Camisa toda branca apenas com um "O" estampado: de 190 por 400 reais. Pra você tirar onda no seu rolê.
- Imperdível!! Camisa com um jacaré de 2 cm: de 150 reais, agora por 3 vezes de 200 reais, e com juros. Nenhuma novinha vai resistir a tanta ostentação.
- Bermuda de três listras: de 120 por apenas 2 plaquês de cem. Agora é só chamar que elas vêm.

[No tom de um aviso]: Na compra de 5 bonés abas-retas, você concorre a um celular sem entrada... para fone de ouvido.

Convidamos todos vocês para o rolezinho de 6 a 6:15 da manhã, no Shopping Derrota. O shopping sem preconceitos.

Comentarista

Narrador: Bem amigos, bem vindos a mais um jogo da Copa do Mundo aqui no Brasil, nesse clima de festa e alegria. Estamos aqui com Roberto Carlos, nosso mais novo comentarista. Você tá feliz com a Copa aqui no Brasil, Roberto?
Roberto Carlos: É... tô feliz, né.
Narrador:  É isso aí, Roberto. O que você acha que a Espanha tem que fazer pra ganhar da Holanda?
Roberto Carlos: É... tem que fazer gol, né.
(pausa)
Narrador: Tá certo então, Roberto.
(passagem de tempo)
Narrador: Olha só esse lance, Roberto Carlos. O jogador chegou na voadora no rosto do adversário, que está agonizando no chão com o rosto sangrando. O que você achou disso, Roberto?
Roberto Carlos: É... foi falta, né.
Narrador: 30 minutos do segundo tempo. O jogo tá 5 a 1 pra Holanda. Você esperava esse resultado, Roberto?
Roberto Carlos: É... não esperava não, né.
Narrador (com medo): Meu Deus!!! Olha lá o Bane, o inimigo do Batman, ele vai explodir o estádio. Corre, Roberto, corre!
(som de passos)
Roberto Carlos: É, isso aí não pode não, né.
(explosão)

Observações finais:
- Perceberam por que o programa nunca foi ao ar?
- Posto o outros roteiros depois. Dividi em partes para ter mais post. O blog é meu, e eu faço o que eu quiser.

31 janeiro 2015

Publicidade x Engenharia: A escolha

Há alguns anos tive que fazer uma escolha muito difícil e ao mesmo tempo muito importante na vida de que qualquer um. Não existe alguém que não tenha ficado em dúvida nesse momento da vida. Eu, depois de passar por muito tempo analisando as duas opções, resolvi por escolher Nescau, até porque Toddy tem gosto de formiga-do-açúcar. Já comi essa formiga sim, e tem gosto de Toddy mesmo.

Isso tudo é verdade, mas não é sobre marcas de achocolatados que eu quero falar nesse texto. Quero falar sobre outra decisão muito importante nas nossas vidas: a escolha profissional.

O ano de 2012 foi muito difícil para mim. Foi nesse ano que tive que definir que faculdade eu faria, o que afetaria toda a minha vida daquele momento em diante. Eu estava muito confuso. Mais do que cego em tiroteio, mais do que cachorro em ano novo, mais do que petista na presidência. Sério, eu estava muito indeciso. Acho que, assim como eu, muitas pessoas ficam em dúvida nesse momento. Se existisse, no site em que se escolhe o curso, um botão de escolha aleatória, como nos jogos de luta, seria a invenção mais útil depois da roda. Você clica e se conforma com o curso que cair. Aposto que Arquivologia seria bem mais valorizada depois do botão. 


Eu cheguei a fazer teste vocacional. Não é zoeira, fiz mesmo. Teste vocacional, para quem não sabe, é um teste que revela suas aptidões. E eu estava com muito, mas muito medo de, depois de algumas sessões, a psicóloga abrir um envelope e ter um papel escrito o resultado, em letras garrafais: VAGABUNDO. Não foi isso o que aconteceu, mas também não me ajudou em muita coisa. Não é algo que eu recomende. Você vai falar os cursos nos quais você tem interesse, e ela vai te dar as repostas mais óbvias do mundo. “Quero fazer Biologia”, “Olha, você tem que gostar de seres vivos”. “Quero Engenharia”, “Você gosta de fazer contas?”. “História”, “Aperta esse baseado aqui, para eu ver”.

Eu estava em dúvida entre Publicidade e Engenharia. Eu sei, não tem nada a ver. Uma opção é completamente diferente da outra. É a mesma coisa que estar em dúvida entre tirar férias ou tomar sorvete; comprar um cachorro ou jogar Banco Imobiliário. O momento mais tenso foi quando passei em Engenharia Elétrica no IFES e me matriculei, antes de sair o resultado do vestibular para Publicidade. Nessa época eu pensava: "Tenho medo de ser engenheiro e viver pensando 'Caramba, eu deveria ser publicitário!'. Ao mesmo tempo, tenho medo de ser publicitário e viver pensando 'Caramba, eu deveria ser rico!'". Acabei por escolher a Publicidade.   

Toda vez que conto essa história para alguém – isso pode estar acontecendo com você agora –, essa pessoa me acha maluco por causa da minha decisão.  Eu fico triste com isso. Não por mim, mas por ela, porque me parece que essa pessoa, se pudesse, faria outro curso, e não o fez por falta de capacidade. Se um dia eu me separar de uma mulher bonita para ficar com uma feia, aí eu vou concordar se me disserem que sou maluco. Amor é besteira, profissão não.

Tá vendo como eu fiz a escolha certa, decidindo pela Publicidade. Eu me imaginei casado com uma mulher bonita. Sou muito criativo. :)

Reconheço que essa é uma das etapas mais difíceis da vida. Isso é tão verdade que algumas pessoas acabam transferindo esse problema para a sociedade e ficam vulneráveis para ideologias baseadas na inveja e no fracasso. Se existisse o botão de escolha aleatória como eu disse acima, o PSOL não teria militantes.

Observações finais:
- Vou ser pobre. :(
- Qualquer pessoa com QI maior do que 10 acaba largando essas ideologias em menos de 1 ano. Eu larguei em 4 meses e sem ajuda de remédios. Você também consegue.


Foi fácil a sua escolha?