Hoje fui ao maior evento que já vi em minha vida.
Nunca imaginei que um evento pudesse ser tão
diversificado em um espaço tão pequeno. Logo no início fui recebido por um
malabarista de roupas pretas. Os pinos, que ele jogava de uma mão para a outra,
rodopiavam bem em frente aos meu olhos. Estava lotado. Como estava com pressa —
e acho que as outras pessoas também —, continuei andando. Logo em seguida,
acontecia uma exposição de artesanato. Creio que, para dar um ar de organização
e planejamento, os expositores usavam todos o mesmo tipo de cabelo. Como
artistas que eram, pareciam ter recolhido as sobras do chão de alguma
barbearia, enrolado os fios em tubos esfregando com as duas mãos e os colado na
cabeça. Pedras, penas e cordas compunham as artes. Não reparei muito, é
verdade. Um número de ilusionismo chamou minha atenção. Um homem de rosto
pintado, de chapéu e com os pés no chão estava sentado, apoiado completamente
no ar. Algumas pessoas estavam admiradas ao seu redor. Malabares, arte e
mágica, tudo isso num mesmo lugar. Continuei andando. Quando pensei que havia
acabado, fui abordado por uma moça que surgiu de repente em minha frente. Ela
me oferecia um frasco de perfume, talvez como recordação ou um brinde pago, é
claro. Neguei com um agradecimento e, impressionado, fui embora daquele
magnífico evento.
Dois passos depois, estava eu na passarela do
Shopping Vitória, seguindo rumo ao meu objetivo desde que desci do ônibus.